Todos os estudos alguma vez realizados, à semelhança de todas as metodologias de análise, ou teorias e técnicas de clssificação já elaborados, outro ponto de partida, fonte ou material não tiveram para além do próprio poema - serão elucubrações de validade discutível, dado que enquadradas "a posteriori".
Mas também sabemos que uma prática reflexiva e discursiva sobre um número significativo de tratos poéticos pode permitir a emissão de juízos de valor, desde a promoção à aceitação e à rejeição, que, muitas vezes, a par da sua utilidade detêm algum fundamento.
A terminologia técnica da recensão crítica ao texto poético, mesmo nos nossos dias, continua a ser modificada a todo o momento, devido às tentativas imparáveis e competitivas dos analistas na sua mira e na sua luta sempre prontos a desvendar o irrevelável.
Justifico-me:
Estudei e não me arrependo. Escrevo e gosto de escrever. Não serei poetisa, provavelmente, o que não me preocupa.
Uma coisa sei: do poema e no poema ouve-se a voz de quem o realizou.
Excerto da carta que me foi enviada pela poetisa e minha amiga Otília Filomena Ferreira em 1993.
PALAVRAS SUFOCADAS
Sempre que te encontro
meu amor
ficam retidas
por dizer
sufocadas
as palavras
lindas mas proibídas
na noite trabalhadas
Sempre que adeus te digo
meu amor
retidas ficam
por dizer
sufocadas
as palavras
lindas mas proibídas
p' ra noite transportadas
António Pais
23 comentários:
Olá António, meu amigo
Hoje as mágoas estão a ser purgadas, dizer adeus, permanentemente, só o poeta pode fazê-lo, é o seu destino.
Mas para o poeta a proibição é sinal de avanço, de vontade de destruir todas as proibições, a palavra é sua, tem poder sobre ela, logo o seu adeus é um permanente exercício de retrocesso ao tempo em que os cânones não valiam mais do que uma mão cheia de pó:
"I will show you fear in a handful of dust." T. S. Eliot
Gostei do poema e da reflecção do mesmo.
Um beijinho grande com carinho
Isabel
Oh Artista Maldito!
As coisas que a menina me deseja!
Muito obrigado pelo comentário. Ainda havemos de comentar bué!
Beijinho com carinho, too.
António
As palavras são sempre sufocadas , por mais asas que tenham. A cada palavra dita outras tantas são silenciadas. As que são silenciadas aguardam o momento, certo, ou entõ se transformam em gesto.
Boa semana António,vi agora o comentário no Ematejoca, obrigada pelos predicados, tento ser o mais
possível justa com tudo na vida, e deito-me bem à noite, como um anjo
(percebe???? anjos?).
Gostei da poesia.
Até logo
Beijo
Isabel
Lestes as palavras que transportei também a ti em meu texto alegria?
Com carinho;
Obrigada pelas palavras trnasportadas por lá ainda como disseste que "roubadas".lembrou-me aquelas flores que furtamos de algum jardim para darmos a professora ou levamos para casa quando criança!
OLá Antônio, que a paz do nosso Senhor Jesus esteja contigo!
Ja postei minha opnião sobre João ser a reencarnação de elias!
Desde agradeço sua visita e sua pergunta no blog!
Deus te abençõe!
Priscila de Oliveira
Lindas as suas palavras que não conseguiram calar, António. Há muitos teóricos da poesia, mas poesia mesmo são poucos os que a fazem. Você faz.
Amigo, sofri uma grande decepção, então, dá dor saiu-me post novo, sobre um filme dos anos 1980, de que gosto muito. Há poesia, imagens, como sempre. Estou à sua espera.
Um abraço,
Renata
Achei giro o poema aos cometas que deixou nos comentários ao meu post.
Um abraço
Belo poema!
Diz Xavier Zarco num dos seus poemas que:
"não há palavras proibidas
nas mãos de um poeta
não há
porque todas as palavras
são pássaros em fogo em suas mãos"
E se se substituísse "nas mãos de um poeta" por nas mãos de qualquer um?
Um abraço
MV
Olá António,
Fiquei a pensar , a pensar, qual será o blog do c.m. que te trouxe para o meu e não cheguei à conclusão nenhuma, a não ser que não importa qual é a porta pela qual entraste, o mais importante para mim é teres entrado na "minha casa" ! Volta sempre porque recebo todas as pessoas da mesma maneira, que sejam verdes, azuis ou encarnada, i.é, com carinho e sem preconceitos !
Muito obrigada pelas tuas amáveis palavras !
Gostei de visitar o teu espaço e gostei das tuas palavras : "dedicado às amigas e amigos que não entendem como a palavra "amor", "querida" ou "querido" pode conter pureza de intenções, porque o blogue não é local de " procura namoro", mas de partilha de ideias, solidariedade, emoções, sentimentos..."
Concordo plenamente contigo. Aprendi em Portugal o significado da palavra "Querido ou querida" e já não fico chocada quando as pessoas me chamam "chérie" que não tem o mesmo significado em francês (é mais para namoradas, esposas ou filhas , a palavra "chère" ou "ma chère" está mais apropriada).
Beijinhos verdinhos da cor da esperança e da natureza
Uma coisa sei: do poema e no poema ouve-se a voz de quem o realizou.
Ouvi a sua!
Gostei da reflexão sobre a poesia.
Não conhecia o blog.
Ma ele é valiosos e atraente.
Cumprimentos
Bonito poema!
Parabens!
António:
Fiz um post dedicado a você. Por favor, você me trata tão bem, apareça.
Um beijo da Lucienne
Lindo e triste.
Me consolo!
beijos
*****
António,
Palavras sufocadas encanta pelo lirismo sensual!
Parabéns!Avante! Que venham outros momentos bem inspirados!
Bom final de tarde e ótima noite!
Beijos carinhosos.
Helô
*****
Barack Obama, 44th president of the United States of America
Yes they could. Yes they did.
Eu volto sempre, meu caro António.
Como eu posso deixar de vir, depois de me chamares doce!!!!!!!
Hoje morta de sono, por causa do Obama. Estive pegada à TV até às 7 da manha.
Li "Poesia: uma atitute ....
Vou voltar a ler, hoje estou mesmo tótó!!!!
Saudacoes outonais de D´dorf!
António!
Desculpe eu anular o comentário que deixou no meu Blog... mas rejeito o beijinho... kkkk
Não sei a quem se dirigia, mas a este 'jardineiro', não o era pela certa... Mas como companheiro de armas, não posso deixar de lhe chamar amigo... que seja sempre bem vindo ao 'Jardim de Urtigas'.
Carlos
Obrigada pela visita em meu blog, adorei.
Pena que meu tempo é tão pouco, e que eu não possa vir mais vezes aqui. beijos
Olá, não conhecia o blogue mas gostei muito do que aqui li... Uma boa noite de Paz...Beijinhos,
Fernandinha
Caro António...
Obrigado pelas amáveis palavras, reparei logo, que tinha existido algum defeito na linkagem.
Abraço
Olá meu grande amigo António
Venho deixar-lhe um abraço muito apertado, agradecer-lhe a sua visita, retribuir a sua generosidade, deixar-lhe a minha gratidão e dizer-lhe:
A sua voz é audível e genuína em todos os seus poemas, em cada texto dos seus contos da guerra colonial que eu considero muito pertinentes. É a voz de uma pessoa que conta factos e trechos da História de Portugal, como se fosse em directo.
Beijinho grande e carinhoso
Isabel
também gostei muito! vou guardar e postar mais tarde no meu blogue, se me dá licença.
boa semana.Poeta!
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