Quero dedicar este belo poema a dois amigos, o António, "Tentativas Poemáticas" e a Isabel Monteverde "Artista Maldito"
.António Emílio Leite Couto,(Mia Couto) poeta nascido na cidade da Beira em Moçambique no ano de 1955. Mia era o nome que o irmão mais novo lhe chamava por não saber pronunciar Emílio, no entanto o poeta refere que também tem muito a ver pela sua paixão pelos felinos. Segundo familiares, em pequeno costumava dizer que queria ser um gato.
No seu percurso de vida, abandonou o curso de medicina, dedicou-se ao jornalismo, acabando por tirar o curso de Biólogo.
Escreveu poemas, contos e romances tendo recebido vários prémios. É o escritor Moçambicano mais traduzido no estrangeiro. As suas obras foram traduzidas em Alemão, Francês, Espanhol, Catalão, Inglês e Italiano sendo também o mais lido em Portugal.
Um escritor que tem uma forma muito própria de escrever e rica em neologismos, dando novos sentidos às palavras e inventando outras.
.No seu percurso de vida, abandonou o curso de medicina, dedicou-se ao jornalismo, acabando por tirar o curso de Biólogo.
Escreveu poemas, contos e romances tendo recebido vários prémios. É o escritor Moçambicano mais traduzido no estrangeiro. As suas obras foram traduzidas em Alemão, Francês, Espanhol, Catalão, Inglês e Italiano sendo também o mais lido em Portugal.
Um escritor que tem uma forma muito própria de escrever e rica em neologismos, dando novos sentidos às palavras e inventando outras.
PERGUNTA-ME
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
*
.
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
.
Pergunta-mese o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
.
Pergunta-mese te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
.
Qualquer coisapergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
.
Mia Couto
*
.
HUMANA
AnaVision
http://anavision.blogspot.com
.AnaVision
http://anavision.blogspot.com
8 comentários:
É um bonito poema de Mia Couto dedicado ao António e à Isabel.
E neste momento tenho dificuldade em dizer muitas palavras, somos sensíveis.
Beijinho
Isabel
Querido António,
questa poesia é un dono vero. É la manifestazione del grande affetto verso Te ed Isabel.
Un grande abbraccio a voi due e ad Ana
Pergunta qualquer coisa .....
Palavras para quê se podemos perguntar nos olhando bem dentro do coração.
Perguntar o quê se as nossas mãos cuzadas adivinham os rios de sentimentos que nos percorrem ...?
Mas teimo em perguntar....
Como vai Isabel...?
...mas não responda...
só quiz perguntar para te mandar um beijinho com muito carinho.
Oh António!!Há quanto tempo não nos "escreviamos"?Já não sei, perdi a noção do tempo quando o último tempo me trouxe apenas mágoa, tanta, que me fez abafar toda a minha inspiração para escrever me tomou conta da minha boa e permanente disposição.Hoje,a escrita a visita a amigos apenas me serve de refúgio!!Como não quero, não posso, não deixo que o tempo me faça isso, enlouquecer,então sirvo-me do teclado para escapulir a tentações menos saudáveis. Sim António estou a passar por momentos MUITO COMPLICADOS mas não me sinto no direito de lhe explicar pois para sofrer serve a doença da sua Isabel e a operação do seu filho.Talvez um dia...
ADORO Mia, por múltiplas razões:Primeiro porque sempre apreciei o seu modo a sua maneira simples de escrever, e a segunda como não podia deixar de ser porque Mia Couto é de Moçambique e da minha Cidade(Beira), que mais posso eu querer para o admirar?!!
Não lhe quero perguntar nada apenas oferecer-lhe o meu ombro que apesar de muito frágil neste momento consegue sempre um lugar para afagar os amigos!
António tudo de MUITO BOM para a Isabel, força, muita força para superar a doença e para si meu querido amigo
Um grande Beijo/Nunca esqueça que ando por aqui e sempre pronta a ouvi-lo!FALAR DE MAIS??!!!NUUUUNCA!!
Beijinhos e Melhoras Muito rápidas do seu Amor
Atravessei Mia Couto
despertando a ave magoada
e as perguntas
de quem sabe o que quer dizer.
E deixo aqui
um abraço ao António e desejos de melhoras para a Isabel
Manuela Baptista
Saudades António,
Fico feliz demais ao ver sua obra literária...
A Blogsfera só tem a ganhar com sua presença
e escritos dignos do grande poeta que vc é, de fato.
Há alguns dias não vinha aqui, aproveitei e me alimentei
de uma farta porção de sua inspiração...
Hoje vim te ler, e compartilhar com você um presente:
Sou a poetisa da semana no Blog do VALTER POETA e
é claro, gostaria que lesse, e caso queira, opine.
É sempre pra mim um prazer e uma honra saber sua concepção,
sua opinião, seu parecer.
Te espero...
http://valterpoeta.blogspot.com
Beijinhos...
Glória
Muita generosidade e solidariedade da Ana!
Belíssimo gesto!
Beijos a todos,
Renata
Querido António,
passei para te dar um beijo enorme. Vim ler assim que disseste que havias publicado.
Nunca vos esqueço.
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